Testemunhas disseram que ele estava parado em um ponto de ônibus, observando a correnteza, quando três casas foram arrastadas pela força da água, levando também o homem. O aposentado Antenor Sabino, de 62 anos, é um dos que morreram em decorrência do temporal em Iconha Reprodução/TV Gazeta O aposentado Antenor Sabino, de 62 anos, foi uma das seis pessoas que acabaram morrendo durante a forte chuva que atingiu o Sul do Espírito Santo nesta sexta-feira (17). Ele era morador do distrito de Bom Destino, em Iconha, e o corpo dele foi encontrado por um amigo na manhã deste sábado (18). A esposa da vítima contou que ele havia saído da igreja e voltava para casa quando foi arrastado pela correnteza. FOTOS: confira o cenário de destruição em Iconha neste sábado Até a noite deste sábado, o número oficial de mortos divulgado pela Defesa Civil é seis: três casos e Iconha e outros três em Alfredo Chaves. Esses municípios, junto com Vargem Alta, foram os mais afetados pelo temporal e vão pedir o decreto de calamidade pública. A esposa de seu Antenor disse que achava que o marido havia ido dormir na casa do filho depois de ir a igreja, exatamente por causa da forte chuva. Testemunhas contaram que o aposentado estava parado em um ponto de ônibus quando três casas, que ficavam ao lado, foram arrastadas pela força da água do rio, que elevou o nível em cinco metros por causa do temporal. Local onde ficava o ponto de ônibus que seu Antenor estava quando foi levado pela correnteza Reprodução/TV Gazeta "Me falaram que ele parou pra ver a correnteza, mas aí quando as casas desceram, o ponto de ônibus desceu junto e ele se foi", disse a esposa Juscelina Sabino. Foi o amigo de seu Antenor, o comerciante Roberto Petersen, que encontrou o corpo dele ainda na madrugada deste sábado. "A água abaixou e então eu peguei uma lanterna e fui olhar o meu quintal, que estava todo danificado. Quando eu tava olhando, encontrei ele de bruços. Foi um susto muito grande", contou. Roberto mostra o local onde encontrou o corpo de seu Antenor Reprodução/TV Gazeta Outra morte de Iconha foi a de um agricultor de 58 anos, no distrito de Campinho. A informação dos bombeiros é de que um barranco se desprendeu e soterrou totalmente a casa onde ele morava, por volta das 22h desta sexta. O corpo foi retirados dos escombros por vizinhos na manhã deste sábado. Segundo os bombeiros, a comunidade está isolada porque barreiras caíram nas estradas e pontes foram levadas. Um helicóptero vai ao local para pegar o corpo. A terceira pessoa que morreu em Iconha ainda não foi identificada. Desaparecidos A Defesa Civil ainda está contabilizando o número de pessoas desaparecidas. Uma delas é a mãe da moradora Bruna Bourguinon. Bruna procura pela mãe, que está desaparecida em Iconha Reprodução/TV Gazeta "Ela tava no Centro de Iconha e quando a água subiu ela veio em casa pra tentar salvar os documentos. Quando ele entrou, a água foi subindo muito. Os vizinhos tentaram salvar, mas não conseguiram", disse Bruna. Vizinhos viram a dona Geoceni Bourguinon, de 52 anos, pedindo ajuda, mas não puderam fazer nada. "Ela subiu em cima do telhado e gritou por socorro, mas não tinha como a gente ajudar, vimos tudo de longe. Vimos quando a casa dela desabou toda e ela sumiu. A casa não tinha uma boa estrutura", disse a vizinha Silvana Francisca. O que sobrou da casa de dona Geoceni Bourguinon, que está desaparecida Reprodução/TV Gazeta Alfredo Chaves Em Alfredo Chaves, município onde mais choveu até agora (foram 249,2 milímetros em 24 horas), um casal de idosos morreu soterrado em um deslizamento de terra no bairro Cachoeirinhas. O neto do casal, que também estava em casa, foi resgatado. Ele foi levado para o Hospital São Lucas, em Vitória, onde foi atendido e recebeu alta na tarde deste sábado. Uma terceira morte na cidade foi confirmada na comunidade de Recreio, a cerca de 20 km do Centro de Alfredo Chaves. A prefeitura afirma que uma quarta pessoa encontra-se em estado grave. Destruição Iconha neste sábado, 18 de janeiro de 2020 Reprodução/TV Gazeta Os municípios também contabilizam inúmeros prejuízos. Ruas ficaram alagadas, casas foram invadidas pela água e carros e árvores foram arrastados pela força da correnteza. Em Iconha, uma passarela desabou. Até mesmo o Hospital Danilo Monteiro de Castro foi coberto até o segundo andar pela água das chuvas. Funcionários salvaram o que puderam. O governo do estado montou um posto de saúde no local para atender os moradores. A BR-101 no km 377, que corta o Centro de Iconha, precisou ser interditada em função das consequências do temporal. Outro ponto da rodovia, o KM 434, em Atílio Vivácqua, houve deslizamento na tarde desta sexta e a pista chegou a ficar interditada, mas já foi totalmente liberada. Em Alfredo Chaves, além do soterramento, uma barreira caiu em São Marcos. O Ginásio de Esportes Municipal está aberto para receber as famílias desalojadas. Em locais onde a água abaixou, muita lama tomou conta de Alfredo Chaves Reprodução/TV Gazeta Veja o plantão de últimas notícias do G1 Espírito Santo
Morto em enchente foi arrastado por correnteza depois de sair de igreja em Iconha, ES
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janeiro 18, 2020
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