Famílias denunciam falta de acompanhamento médico para crianças com microcefalia no AM

Em alguns casos, responsáveis venderam bens e abandonaram emprego para custear tratamentos. Famílias denunciam falta de acompanhamento médico para crianças com microcefalia no AM Pais de crianças diagnosticadas com microcefalia no Amazonas denunciaram a falta de acompanhamento médico adequado que, por lei, deveria ser oferecido pelo poder público. Em alguns dos casos, os responsáveis precisaram vender os próprios bens e abandonar o emprego para custear e acompanhar o tratamento dos filhos, que vivem com diversas sequelas. Em 2016, o Amazonas passou por um surto de microcefalia. Gabriel, Júlia e Lia são algumas das 92 crianças que desenvolveram a doença em Manaus - causada pelo vírus da zika, em alguns casos. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) informou que é responsável apenas pelos serviços da rede de Atenção Primária no município, e que as especialidades solicitadas pelos pais das crianças estão sob responsabilidade do Governo do Estado, que informou que estão disponíveis em outras unidades. O Estado afirmou também que outros credenciamentos de médicos estão em estudo. Devido à necessidade de acompanhamento por especialistas, os pais decidiram se unir. Joicy Marques, presidente da "Associação Mais Fé: Microcefalia Não é o Fim", largou o emprego e vendeu os bens para pagar o tratamento do filho Gabriel. O garoto, que nasceu paralisado, agora mexe o tronco, os braços, a cabeça e já demonstra esforço para falar. Genilson Silva é pai de um bebê diagnosticado com microcefalia congênita. Ele largou o emprego para cuidar do filho que, há mais de um ano, está na UTI do Instituto da Criança. A família tenta conseguir uma cama hospitalar e uma máquina de ventilação para, assim, o bebê receber alta. Entretanto, ainda não conseguiram receber o benefício de prestação continuada previsto em lei. "Eu tive que entrar pela Defensoria Pública para eu poder ter uma resposta. Mas, até então, eu não tive essa resposta de que tal mês, tal dia vai ter esse aparelho ou não. Eles alegam que não tem dinheiro, não tem recurso", contou. Dados De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), mais de seis mil casos de vírus da zika foram registrados no Amazonas. No mesmo ano, nasceu o primeiro bebê com microcefalia congênita causada pelo zika. Desde então, 15 crianças já nasceram com a doença. A microcefalia, para a ciência, é o tamanho da cabeça abaixo da média e congênita significa que o bebê já nasce com a doença, causada pela síndrome do zika vírus. Nestes casos, a transmissão do vírus ocorre da mãe para a criança e, dependendo do período gestacional, o risco é maior. O neuropediatra Francisco Tussolini fez parte do comitê de médicos que realizaram os atendimentos durante o surto. Atualmente, ele acompanha 32 crianças diagnosticadas com a doença ainda em 2016. "As crianças precisam de acompanhamento com médico neuropediatra, com pediatra, com fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional. Enfim, é preciso que haja apoio para essa criança, para que ela possa se desenvolver ao longo da vida", explicou. Membros da Associação de Crianças com Microcefalia afirmam que, desde o surto, as famílias não receberam continuidade do suporte médico por parte do Governo do Estado ou da Prefeitura. Agora, as crianças recebem atendimento apenas de pediatra, neuropediatra e fisioterapia. *Com informações de Priscila Gama, do Grupo Rede Amazônica

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