Há mais de dez dias, a água fornecida à população está com mau cheiro e gosto de terra. Cedae diz que não há risco à saúde e que tudo voltará ao normal na semana que vem. Cedae pede desculpas aos moradores do Rio pela qualidade da água O Rio de Janeiro vive uma crise no abastecimento de água: a que sai das torneiras tem cor, sabor e cheiro repugnantes. A companhia de abastecimento afirma que não oferece risco à saúde e se desculpou, nesta quarta (15). O pedido de desculpas veio depois de 12 dias de água turva, com mau cheiro e gosto de terra. “Aproveito para pedir desculpa a toda a população pelos transtornos ocorridos em nosso sistema de abastecimento de água”, afirma o presidente da Cedae, Hélio Cabral Moreira. A companhia disse que a qualidade da água foi prejudicada pela geosmina, uma substância produzida por algas e que surge da combinação de calor com material orgânico nos rios e que não ameaça à saúde. “Não existe risco ao consumo da água em função do gosto que estamos observando”, destaca Sérgio Marques, gerente de Controle de Qualidade da Água/Cedae. Muitos moradores afirmam que passaram mal depois de beber a água. “Na minha casa todo mundo teve febre e dor de barriga, dor de cabeça, diarreia”, conta a dona de casa Mariazinha dos Santos Lima. A Secretaria Municipal de Saúde diz que o número de atendimentos está dentro do normal para esta época do ano. O que está fora do normal é o consumo de água mineral. A água mineral acabou em vários supermercados do Rio. Num deles, a mais barata é uma garrafinha que custa R$ 6,99, quer dizer, quase R$ 28 o litro. A Cedae prometeu que vai resolver o problema até semana que vem adotando um novo sistema de tratamento com carvão ativado. O governador Wilson Witzel está de férias nos Estados Unidos e se manifestou, na terça (14), em uma rede social. O governador disse que são inadmissíveis os transtornos que a população vem sofrendo e determinou apuração rigorosa sobre a qualidade da água e os processos de gestão da Cedae. O especialista Isaac Volschan, professor da UFRJ, afirma: a causa principal do problema é a poluição dos rios que chegam à estação de tratamento do Guandu: “a crise que se instaurou na Região Metropolitana do Rio de Janeiro neste verão, ela é um importante e gravíssimo indicador das condições ambientais da Bacia Hidrográfica do Guandu, que é o nosso manancial para atendimento a uma população da ordem de 9 milhões de habitantes. Então, estamos falando do maior problema ambiental do estado do Rio de Janeiro e um dos maiores problemas ambientais do Brasil. Medidas de controle de poluição por esgotos sanitários nesta bacia são prioritárias”. Na entrevista desta quarta-feira (15), uma repórter perguntou ao presidente da Cedae se ele beberia a água turva da companhia. Presidente: “eu estou bebendo água da Cedae agora”. Repórter: “mas a que está sendo captada na casa das pessoas, que está turva, com cheiro e com gosto. Essa daí está transparente”. Presidente: “na minha casa eu sempre bebi e bebo água da Cedae”. Repórter: “A água que está saindo da casa das pessoas, da torneira, lá em São Cristóvão”... Presidente: “Eu moro também em casa e a água que sai da torneira eu bebo, na minha casa”.
Cedae pede desculpas aos moradores do Rio pela qualidade da água
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janeiro 15, 2020
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