Justiça designa audiência para apurar denúncias de tortura em presídio de Santa Isabel, na RMB

MPF investiga denúncias de tortura contra os detentos no local. A audiência, na qual será tratada a possibilidade de conciliação, está marcada para a próxima terça-feira (10), na sede da Justiça Federal em Belém. A Justiça Federal determinou a intimação da União e do Estado do Pará a participar de audiência judicial para apurar ilegalidades no Complexo Penitenciário de Santa Isabel, na região metropolitana de Belém. O Ministério Público Federal (MPF) investiga denúncias de tortura contra os detentos no local. A audiência, na qual será tratada a possibilidade de conciliação, está marcada para a próxima terça-feira (10), na sede da Justiça Federal em Belém. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (5). O G1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (Segup) e Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) e aguarda retorno. O MPF recomenda que sejam instaurados procedimentos administrativos para apurar denúncias de maus tratos e tratamento desumano, cruel e degradantes. Na segunda-feira (2), os procuradores enviaram recomendações às autoridades ligadas ao sistema penitenciário do estado e à Força-Tarefa de intervenção penitenciária que começou a atuar em presídios paraenses depois do massacre no Centro de Recuperação de Altamira, que resultou na morte de 58 detentos, e de outros quatro durante a transferência de presos, dois dias após o massacre. Na segunda-feira (5), foi publicada uma portaria no Diário Oficial do Estado que suspendeu todas as visitas a detentos no Complexo Penitenciário de Santa Izabel, região metropolitana de Belém, pelo período de trinta dias. De acordo com a portaria nº 882/2019, o objetivo da medida é "garantir a segurança dos internos, familiares e servidores do sistema prisional", durante a atuação da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) no Pará, ação autorizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Denúncias Desde o início de agosto, quando a Força-Tarefa passou a atuar no presídio, o MPF vem recebendo denúncias de mães, de companheiras de presos, de presos soltos recentemente, de membros do Conselho Penitenciário e de membros da OAB que fiscalizam o sistema penitenciário. Entre elas, denúncias de que os presos vêm sofrendo violência física pelos agentes federais, pois estão apanhando e sendo atingidos por balas de borracha e spray de pimenta, de modo constante, frequente e injustificado, mesmo após muitos dias da intervenção, e sem que tenha ocorrido indisciplina dos presos. De acordo com o MPF, os presos também vêm sofrendo violências morais pelos agentes federais, como ameaças, intimidações, humilhações, demonstrações excessivas de poder e controle, mesmo após muitos dias da intervenção, e também sem prévia indisciplina dos presos. Também há declarações de que os detentos não estariam sendo alimentados, ou que são alimentados em quantidade e qualidade aquém da mínima essencial, sem qualquer diferenciação da alimentação para diabético, hipertensos e doentes, além de sofrerem privação de água, apontam as denúncias. Há relatos, ainda, de falta de assistência à saúde, mesmo no caso de presos feridos com balas de borracha, ou lesionados por causa da violência física dos agentes federais, com privação de medicação e tratamento, inclusive nos casos de pessoas com deficiência, HIV e tuberculose. Informações enviadas ao MPF também apontam que os condenados estão em locais sem condições mínimas de salubridade e higiene, com ratos, superlotação em nível de desmaio e sufocamento, dormindo no chão.

Justiça designa audiência para apurar denúncias de tortura em presídio de Santa Isabel, na RMB Justiça designa audiência para apurar denúncias de tortura em presídio de Santa Isabel, na RMB Analisado por Blog em setembro 05, 2019 Classificação: 5

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