Grafite transforma em obras de arte casas da população ribeirinha no Pará

Projeto contribui para a qualidade de vida dos moradores. Sebá Tapajós é o artista que teve a ideia do projeto e que fez a maioria das pinturas. Grafite transforma casas da população ribeirinha de Belém No Pará, o grafite está transformando em obras de arte as casas da população ribeirinha na Região Metropolitana de Belém. Projeto também mudou a qualidade de vida dos moradores. A arte urbana atravessou a baía e invadiu as ''ruas'' da floresta. Nas ilhas de Belém, as fachadas das casas viraram telas. Onde os povos da Amazônia se reconhecem. As pinturas estão em harmonia com a paisagem natural: frutos, pássaros, peixes em diferentes formas. A criatividade é livre e conquistou os moradores. “Ai conversou comigo, disse se poderia passar uma tinta... Eu fiquei assim, não sabia se sim, ou não... Ai eu disse: quer passar, passa”, conta Margarida Corrêa, dona de casa. Repórter: Quando a senhora viu este resultado, achou o que? Moradora: Eu achei lindo! Todo mundo acha lindo. Você já deve ter reparado que as obras também se destacam pela mistura de tons. Mas talvez o mais impressionante é que o artista que teve a ideia do projeto e que fez a maioria das pinturas, é daltônico. Sebá Tapajós tem uma alteração visual que impede que ele enxergue as cores como elas realmente são. “Na época da escola, minha família me ajudou botando os nomes nos lápis de cor. E eu pinto lendo. A escola da arte hoje te permite esse leque de possibilidades. Preu poder trabalhar com meu daltonismo sem essa restrição. Posso pintar o céu de amarelo ou o dente de azul, por exemplo”, conta Sebá Tapajós, artista visual. Em três anos, Sebá Tapajós convidou mais de 20 artistas de vários estados para participar da galeria de arte fluvial. As pinturas encantam, mas a ideia é que os olhos estejam mais voltados para a qualidade de vida dos ribeirinhos. O projeto instalou placas de energia solar em duas creches. E numa região cercada de rios, mas que não tem água potável, moradores estão recebendo filtros, produzidos com materiais reaproveitados, que purificam a água da chuva. “Se mandava pegar em Belém, tinha que pagar uma pessoa para ir buscar e trazer”, conta uma moradora. “O artista é só o intermediário disso aqui. Isso daqui é o povo. É a gente quer fazer com que essa melhoria chegue para toda essa população e para que as pessoas consigam enxergar uma Amazônia piloto, onde isso possa ser replicado sim em outros lugares”, destaca Sebá Tapajós.