Família de morador de rua encontrado morto após passar mal em Suzano teme envenenamento


Além de Cid Eugênio, homem que o acompanhava teve sintomas parecidos e precisou ser hospitalizado em estado grave. Cerca de 20 dias antes, um rapaz de 27 anos morreu no mesmo local. Pai de Camila, Cid Eugênio tinha 65 anos e vivia na região da Vila Maluf Camila da Silva Eugênio/Arquivo Pessoal A família de um dos moradores de rua encontrados mortos na Vila Maluf, em Suzano, teme que ele tenha sido vítima de envenenamento. Camila da Silva Eugênio, filha de Cid Eugênio, conta que o pai passou mal no estacionamento de um mercado, onde morreu. O caso foi no dia 22 de novembro. A vítima, que tinha 65 anos, estava acompanhada de um amigo, de 53, que também passou mal e precisou ser internado em estado grave, no Pronto-Socorro Municipal. Segundo Camila, ao lado deles foi encontrada uma garrafa de bebida. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o segundo homem apresentou melhora clínica, mas ainda permanece sob os cuidados do Pronto-Socorro Municipal (PS) para estabilização do quadro. Em menos de um mês, dois moradores de rua morrem e um terceiro é internado em estado grave após passarem mal em Suzano Cerca de 20 dias antes, um rapaz de 27 anos também morreu no mesmo local após um mal-estar. A Polícia Civil informou que aguarda o resultado dos exames periciais para identificar a causa da morte. As investigações continuam em andamento. “A gente não sabe ainda o que aconteceu, porque o laudo do IML não saiu ainda. Acho que sai depois de 30 dias, alguma coisa assim. Só que a gente vendo pelas mortes, a gente está desconfiando que possa ser envenenamento”, diz Camila. “Deve ter tomado [a garrafa de bebida], ele e esse amigo dele, que é outro morador de rua. A gente passa pela nossa cabeça que foi isso que aconteceu, né? Que eles tomaram esse corote e caíram, um do lado do outro, e ali chegou a morrer”. Em foto tirada no dia da ocorrência, Cid Eugênio aparece já morto, ao lado do amigo que também passou mal e precisou se internado em estado grave Camila da Silva Eugênio/Arquivo Pessoal A morte foi na Avenida Vereador João Batista Fitipaldi, por volta das 14h. De acordo com o boletim de ocorrência, um funcionário do mercado teria dito à equipe de resgate que Cid teve um mal-estar e o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram chamados. “A única coisa que a gente sabe é que ele estava no estacionamento do Atacadão, próximo ao banheiro. Ele e um rapaz. Os dois caíram, um do lado do outro. Quando foram perceber, tentar acordar ele, alguma coisa assim, viram que ele estava morto já”, diz a filha. O óbito teria sido por volta das 13h. A família foi informada horas depois, às 16h. Porém, a vítima só teria sido retirada após as 20h, quando o mercado já estava fechado. Segundo Camila, ao longo do dia, enquanto o corpo ainda estava no local, o comércio funcionou normalmente. “Foram desumanos com meu pai. Deixaram o corpo dele lá até 20h. Minha vó, mãe do meu pai, está com quase 80 anos de idade. [Ela teve que ir] no portão do Atacadão. Isso foi desumano, um descaso”, diz Camila. “A última foto que me mandaram foi do meu pai, já morto, lá dentro. Ainda não tinham feito nada para ajudá-los. [ficou lá] por horas só de noite que vi que foi coberto e fecharam o Atacadão, bem depois de tudo”. Em nota, o Atacadão informou que acionou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) assim que a situação foi identificada. Ao mesmo tempo, o local foi isolado e a loja fechada, sendo reaberta somente após remoção do corpo e autorização do IML. "Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares". Polícia Civil investiga morte de dois moradores de rua em Suzano Cid Eugênio, que era conhecido como português, vivia nas ruas por escolha própria, de acordo com a Camila. Os filhos tentavam manter uma relação próxima com o idoso e lutavam para que ele superasse o vício em álcool. Agora, com a perda, a família espera por justiça. “Todos os dias eu via ele. Eu e meus irmãos trazíamos pra casa. [Ele] cortava cabelo, tomava banho, trocava de roupa. Ele tinha família. Estava lá porque queria. Gostava da bebida, de viver livre”, diz. “Eu moro próximo ao local, então eu sempre estava acompanhando ele. Parava por lá, via ele conversava, sempre fui presente. Por esse motivo quero justiça, todo morador de rua, por trás deles, há uma família”. Mortes suspeitas Bruno Wilson Santos Barbosa, de 27 anos, vivia em situação de rua e morreu após passar mal em Suzano Ana Daniele dos Santos Machado/Arquivo Pessoal A morte de Cid foi a segunda em um intervalo de 22 dias. A primeira foi de Bruno Wilson Santos Barbosa, de 27 anos. Segundo o depoimento de um vigilante à polícia, o rapaz estava acompanhado de um homem quando entrou em um hipermercado da Avenida Vereador João Batista Fitipaldi para usar o banheiro. Ao sair, ele desmaiou no estacionamento. O boletim de ocorrência afirma que o Samu foi chamado. O resgate chegou em menos de 15 minutos e logo a morte foi confirmada. Um perito que avaliou o local não encontrou indícios de violência. O corpo de Bruno tinha uma única lesão no braço, que pode ter sido causada pela queda. Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê

Família de morador de rua encontrado morto após passar mal em Suzano teme envenenamento Família de morador de rua encontrado morto após passar mal em Suzano teme envenenamento Analisado por Blog em dezembro 02, 2021 Classificação: 5

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