Contra variante indiana da Covid, Prefeitura de SP vai fazer triagem na rodoviária do Tietê de passageiros vindos do Maranhão
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Equipes da prefeitura vão entrevistar passageiros para identificar pessoas com sintomas de Covid-19 e encaminhá-las para o teste RT-PCR. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, não foi anunciado controle adicional para passageiros do MA. Movimentação de pessoas na Rodoviária Tietê, na zona norte de São Paulo, na tarde de 29 de março de 2021, em meio à pandemia do coronavírus. André Pera/Pera Photo Press/Estadão Conteúdo A Prefeitura de São Paulo vai implementar uma triagem em passageiros provenientes do Maranhão no Terminal Rodoviário do Tietê a partir desta terça-feira (25) para tentar evitar a chegada da variante indiana do coronavírus, que teve casos confirmados no Maranhão neste final de semana. No entanto, para passageiros que chegam ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo, ainda não foi anunciado nenhum controle adicional (leia mais abaixo). Nesta segunda (24), viajantes de um voo vindo de São Luís relataram que não foram submetidos a nenhuma triagem em Cumbica. Na Rodoviária do Tietê, as equipes da prefeitura vão atuar das 8h às 15h a partir desta terça para identificar passageiros sintomáticos vindos do Maranhão. A triagem será feita por meio de medição de temperatura e questionamentos de saúde. Por que a variante do coronavírus descoberta na Índia preocupa o Brasil e o mundo? O que se sabe sobre a chegada ao Brasil da cepa indiana Os passageiros provenientes do estado nordestino que relatarem sintomas da Covid-19 serão encaminhados em ambulâncias da prefeitura para serviços de pronto atendimento municipais para fazer o teste RT-PCR. A administração municipal anunciou ainda que vai ofertar 30 vagas em um hotel próximo ao Terminal Rodoviário do Tietê para o isolamento de pessoas com exames positivos e que não possam fazer a quarentena em casa, consideradas em “risco social”. Além disso, as equipes vão distribuir uma cartilha para os viajantes com dicas e orientações para os cuidados com o isolamento domiciliar. Indefinição em aeroportos Movimentação de passageiros no saguão do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na manhã desta segunda-feira, 24 de maio de 2021 NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO Em relação à possibilidade de triagem de passageiros nos aeroportos, a prefeitura disse que ainda aguarda diretrizes do Ministério da Saúde e da Anvisa. Representantes dos dois órgãos participaram de uma reunião com técnicos da Secretaria da Saúde da capital e do município de Guarulhos nesta segunda. "Ficou pactuado que o Ministério da Saúde, por meio da Anvisa, concluirá um informe técnico orientando como serão realizadas essas estratégias. O município de São Paulo seguirá essas diretrizes. Nos aeroportos, as diretrizes e coordenação das ações serão definidas Anvisa. A SMS aguarda as orientações", afirma a prefeitura . Em nota, a Anvisa afirma que uma proposta que propõe novas medidas deve ser finalizada até esta terça (25), mas que sua implementação depende de decisões do governo federal. "Na reunião realizada hoje, se chegou a uma proposta que incrementa as medidas sanitárias atuais. Entre hoje e amanhã a proposta será concluída. Uma vez concluída, a manifestação técnica da Anvisa referente às propostas de mudanças que dependam de regulamentação será enviada à Casa Civil da Presidência da República", afirma a agência. "A decisão final sobre a implementação de medidas restritivas cabe, de acordo com a Lei 13.979, aos Ministros de Estado da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Infraestrutura mediante ato conjunto", completa. Medidas propostas Ainda não há definição de como e quando barreiras sanitárias vão funcionar nos aeroportos A gestão municipal chegou a propor ao governo federal a exigência de teste negativo para passageiros de voos vindos do Maranhão, durante uma reunião virtual do secretário da Saúde, Edson Aparecido, com o ministro Marcelo Queiroga, no último sábado (22). No entanto, a pasta não acatou esta recomendação até o momento. A exigência de testes do tipo RT-PCR para passageiros de voos domésticos só pode ser implementada se houver decisão do governo federal, segundo a Anvisa. Em coletiva de imprensa no sábado (22), o Ministério da Saúde anunciou o envio de 600 mil testes rápidos de Covid-19 para o Maranhão e outros 450 mil para outros estados. O plano de testagem apresentado pelo governo federal, porém, não determina como deve ser feita a seleção de pessoas assintomáticas para a realização de exames. Em nota, o ministério disse que “acolheu o conceito da estratégia” apresentada pela Prefeitura de São Paulo. Segundo a pasta, o plano de testagem para conter a variante indiana é dividido em três eixos: a realização de testes em pessoas sintomáticas; testes em assintomáticas, por meio de uma busca ativa em locais de grande circulação de pessoas e profissionais mais expostos ao risco; e testes para identificar a prevalência da doença em determinadas populações, o que permite o acompanhamento epidemiológico dos casos. O ministro da Saúde disse, também em nota, que "considerando que São Paulo é a maior cidade do país e Guarulhos é o maior aeroporto, devemos reforçar a vigilância para que essa variante não se espalhe pelo Brasil”. No entanto, Queiroga não detalhou como será feita a vigilância nestes locais. Na quinta-feira (20), o Maranhão confirmou os primeiros casos no Brasil da variante indiana, chamada de B.1.617. Eles foram identificados em tripulantes que estavam em um navio vindo da África do Sul. Antes do Brasil, o único país na América Latina que havia confirmado a presença da variante havia sido a Argentina. Passageiros provenientes da Argentina, assim como de qualquer outro destino no exterior, devem apresentar teste negativo de Covid-19 desde dezembro de 2020. Vista do piso inferior do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo (SP), nesta quinta-feira (20),com baixo movimento de passageiros por conta da pandemia. RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Procurado pelo G1, o governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria estadual da Saúde, declarou que "está em contato com o Ministério da Saúde, Anvisa e os municípios para ampliar as medidas de controle e monitoramento em São Paulo". "A Vigilância Epidemiológica do Estado e o Instituto Adolfo Lutz, em parceria com as prefeituras, intensificaram as medidas de rastreamento de casos procedentes das regiões que já tem registros da nova variante", disse a pasta. Proposta da Prefeitura de SP Veja quais foram as medidas propostas pela prefeitura de São Paulo ao Ministério da Saúde para conter a variante indiana do coronavírus: Ações nos aeroportos Campo de Marte, Congonhas e Cumbica: Exigência de teste PCR negativo para Covid-19 no momento do embarque em voos vindos do Maranhão e da Argentina; Detecção de passageiros com sintomas respiratórios; Isolamento: encaminhamento para avaliação e testagem com RT-PCR. Isolamento e monitoramento por 10 dias a partir do início dos sintomas; Alertas: emissão de alertas sonoros e visuais nos aeroportos sobre sintomas, formas de prevenção e contenção da doença. Ações em rodoviárias - transporte terrestre: Equipes farão triagem em passageiros de transporte terrestre buscando sintomáticos e aferindo a temperatura; Isolamento: sintomáticos respiratórios detectados serão levados para unidade de urgência da região. Será realizada testagem com RT-PCR; Serão isolados e monitorados por 10 dias a partir do inicio dos sintomas; Ações educativas e de prevenção: passageiros assintomáticos serão orientados e receberão um check-list para detecção dos sintomas, formas de prevenção; Se foram comunicantes do caso suspeito, serão isolados e monitorados por 14 dias a partir do último contato. Rodovias e vias de acesso ao município de São Paulo: Ações em pedágios e postos de pesagem de caminhões: distribuição de cartilha com informações sobre sintomas, formas de prevenção e contenção da doença; Alertas visuais: informações divulgadas em painéis eletrônicos nas rodovias de acesso. Estudos para monitoramento de novas variantes: Parceria com o Instituto Butantan e Instituto de Medicina Tropical da USP; Seleção de amostras com RT-PCR detectáveis e encaminhamento para sequenciamento genético para detecção da variante; Coletas em Unidades de Saúde: amostras por semana epidemiológica, abrangendo as 6 regiões do município. VÍDEOS: Veja mais sobre SP e região metropolitana
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maio 24, 2021
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