Juiz ficará responsável pela fase inicial dos processos, antes do julgamento, que será feito por outro magistrado. Medida está no pacote anticrime sancionado por Bolsonaro. Podemos e Cidadania vão ao Supremo contra criação do juiz de garantias Dois partidos - o Podemos e o Cidadania - entraram neste sábado (28) no Supremo Tribunal Federal contra a criação do juiz de garantias. Esse juiz ficará responsável pela fase inicial dos processos, antes do julgamento, que será feito por outro juiz. A medida está no pacote anticrime sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. Os dois partidos afirmam que a lei fere a Constituição porque criou o juiz de garantias “sem a necessária participação direta do Judiciário, o que esvaziou a legitimidade à organização e o funcionamento dos órgãos da Justiça”. Podemos e Cidadania sustentam que não foram realizados estudos sobre o custo com um juiz a mais para atuar no processo: “A medida teria impacto imediato, afetando a despesa do ano que está prestes a começar e para cujo exercício já existem orçamentos aprovados”. A estimativa dos partidos é de que a implantação do juiz de garantias terá custo de R$ 2,5 bilhões apenas na Justiça estadual. A criação do juiz de garantias foi contestada também no Supremo, na sexta-feira (20), pela Associação dos Magistrados Brasileiros e pela Associação dos Juízes Federais do Brasil. Ajufe e AMB questionam o fato de a lei não prever regra de transição para a implantação do juiz de garantias. Segundo as duas associações, “com a criação do juiz de garantias, dificilmente os inquéritos chegarão a um bom termo, em prazo razoável porque não haverá magistrado em número suficiente para atender à demanda”. A lei prevê que o juiz de garantias será responsável pelas decisões sobre o processo de investigação e outro magistrado ficará com a tarefa de julgar se o réu deve ou não ser punido. Deputados e senadores aprovaram a criação do juiz de garantias sob o argumento de que vai tornar os julgamentos mais isentos, na medida em que um juiz vai supervisionar o trabalho do outro. O presidente Jair Bolsonaro manteve o juiz de garantias ao sancionar o pacote anticrime na semana passada, mesmo com a discordância do ministro da Justiça, Sergio Moro. Ele argumentou que a Justiça não tem estrutura para um juiz a mais atuar em cada processo, o que poderá prejudicar as investigações. O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, disse à TV Globo que foi questionado pelo Palácio do Planalto sobre a viabilidade da implantação do juiz de garantias e que se limitou a dizer que é possível e factível implementar a medida. Podemos e Cidadania pedem ao Supremo uma liminar para suspender imediatamente a medida. O relator sorteado para a ação é o ministro Luiz Fux. Mas, como o Judiciário está em recesso, o caso poderá ser analisado pelo presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, responsável pelo plantão.
Podemos e Cidadania vão ao Supremo contra criação do juiz de garantias
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dezembro 28, 2019
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