Diretor de estaleiro diz que embarcação é uma perfeição da engenharia naval. A navegação é feita sem instrumentos. Das mais de 120 catalogadas na década de 1980, só restam 12. No Maranhão, projeto preserva um patrimônio cultural: a canoa costeira No Maranhão, um projeto está ajudando a preservar um patrimônio cultural. Um barquinho simples, que navega colorindo o mar da costa maranhense e se tornou um dos símbolos de São Luís. Não tem motor. O vento que sopra as velas de cores fortes é que embala as embarcações que, há mais de 400 anos, levam mercadorias entre a capital do Maranhão e as cidades do outro lado da baía de São Marcos. A canoa costeira é um dos quatro barcos no Brasil tombados como patrimônio nacional. “Ela é símbolo porque é uma perfeição da engenharia naval, é a última aventura que nós temos de navegar como no século 9, antes da invenção da bússola, do sextante etc. porque nossos marinheiros aqui navegam somente em contato com a natureza, eles não utilizam nenhum tipo instrumento”, disse Phelipe Andres, diretor do Estaleiro Escola. Em 2010, a embarcação Dinamar foi o exemplar usado para demonstrar o valor da canoa costeira no processo de tombamento pelo Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como patrimônio cultural do Brasil. Mas a canoa costeira maranhense está desaparecendo, ameaçada de extinção. A tecnologia trouxe embarcações mais moderna e velha canoa feita artesanalmente foi ficando para trás. Das mais de 120 catalogadas na década de 1980, só restam 12. Mas tem gente querendo dar um novo rumo a esta história. No Estaleiro Escola de São Luís, velhos artesãos viram doutores e ensinam a arte de construir a canoa costeira a jovens interessados em manter a cultura de vento em popa. “A parte do aprendizado é boa e não deixar a cultura morrer, isso é excelente”, diz o aluno. O lugar é uma escola que há 13 anos ensina de graça pessoas de comunidades que vivem da pesca a fazer as próprias embarcações e, além de estar restaurando as últimas canoas costeiras, ensina passo a passo a construir novas. E o lugar onde o pescador de 90 anos é professor. Ensina a arte de construir as velas da canoa e até fazer a tinta, que também é um processo artesanal, retirada das árvores do mangue. “Eu tenho orgulho. Sou orgulhoso”, declara o instrutor. E graças a esse orgulho é que a canoa costeira segue com a missão de não deixar essa história ser levada pelo vento. “A gente se sente orgulhoso de estar passando esse conhecimento para as outras pessoas. Gerações futuras. Para não deixar morrer também. É muito importante uma riqueza dessas. Cultura viva. É a princesa do Maranhão”, diz outro instrutor.
No Maranhão, projeto preserva um patrimônio cultural: a canoa costeira
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dezembro 28, 2019
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