A principal preocupação é com o avanço do fogo na fronteira com o Brasil. Queimadas na Bolívia deixam autoridades brasileiras em alerta As queimadas na Bolívia deixam as autoridades brasileiras em alerta. A principal preocupação é com o avanço do fogo na fronteira. Nas comunidades rurais bolivianas, a única forma de combater o fogo é de improviso. Desde o início de agosto, quando as queimadas se intensificaram, os moradores tentam impedir que o fogo atinja as casas. Em San Matias, cidade que fica na fronteira com o Brasil, em Mato Grosso, 1,5 mil pessoas tiveram que abandonar as casas. O líder comunitário Hugo Lino Charuta conta que o fogo atingiu plantações e que está tudo queimado em volta da comunidade. O prefeito da cidade de San Matias Fabio López Olivares diz que este ano o fogo foi mais intenso, e devastou boa parte do pantanal boliviano. Só no município de San Matias os incêndios florestais atingiram 160 mil hectares. Isso equivale a 160 mil campos de futebol de tamanho oficial. O que está preocupando as autoridades brasileiras é a facilidade com que esse fogo pode passar de um país para o outro. Mato Grosso tem 700 quilômetros de fronteira seca com a Bolívia. Basta uma fagulha e um vento fraco para o fogo atravessar de um país para o outro. Combater incêndios florestais já é difícil. Se as chamas chegarem ao pantanal brasileiro, o combate vai ser ainda mais complicado. “Você tem a parte em brejo que não dá para ir com trator, não dá para você passar para um outro lado dessas lagoas e, com isso, o fogo vai avançando, vai propagando”, explica o prefeito de Cáceres Francis Maris. As chamas já consumiram mais de um milhão de hectares de florestas na Bolívia desde o início da estiagem. Na região de Roboré, a 250 quilômetros da fronteira com o Brasil, em Mato Grosso do Sul, militares do exército, bombeiros, policiais e voluntários formaram uma força-tarefa que trabalha no combate às queimadas. O maior avião do mundo pra esse tipo de missão está sendo usado nas áreas mais críticas. Em um vídeo é possível ver o tamanho das labaredas em uma das propriedades da região. A força-tarefa ainda não chegou à parte sul da Bolívia. Moradores e policiais combatem o fogo. Não há bombeiros. Famílias da cidade brasileira de Cáceres, em Mato Grosso, enviaram donativos para os vizinhos bolivianos, que perderam tudo. ‘’Ontem foi alimentos e água potável. Hoje está indo o caminhão-pipa, está indo também água potável, está indo alimentos e roupas que a população também doou, diante da gravidade da situação”, diz Arineia Ardaia, coordenadora da Defesa Civil de Cáceres.
Queimadas na Bolívia deixam autoridades brasileiras em alerta
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agosto 31, 2019
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